Todo mundo tem um passado, meio óbvio eu
dizer isso, mas é uma boa introdução para o que quero, realmente, te dizer. Por
vezes eu tentei de todas as formas possíveis seguir em frente, digo e repito:
de todas as formas possíveis. Intensifique essa parte o máximo que puder. E eu
percebia que tinha sempre algo, uma coisa que eu não sabia o que era que me fazia
volta e meia, retornar para o mesmo ponto inicial. Era frustrante não saber
lidar com aquilo e passei a acreditar que reviver o passado havia se tornado a
minha rotina. Mas ainda bem que percebi que não.
Mas existe um motivo muitas vezes
desconhecido por muitos, que é o que nos faz nunca conseguir seguir
completamente em frente. Você pode
querer me dizer que são as lembranças, a saudade, o fato de não ter aceitado o
fim de algo, mas sinceramente, não tem nada a ver com isso. Deve conhecer bem
aquele típica palavra: perdão. Já conseguiu notar como quem pede e recebe o
perdão do outro sente como se tivesse tirado um caminhão de cima das costas? Já
teve a oportunidade de ver a mesma pessoa conseguindo seguir com a vida e não
guardar mágoas ou medo do passado? Já pensou que o mesmo perdão que é concedido
de uma pessoa para a outra, também deveria ser concedido de você para si mesmo?
O auto perdão foi o que fez com que eu
não sentisse nem um pouco de rancor da minha história e muito menos da parte em
que você participou. É mais ou menos como se fosse um diálogo seu para consigo
mesmo:
-“me desculpa?”
- “ te desculpo.”
Eu me culpava do por que eu vivi aquele
tempo com você se na nossa última conversa, que foi quando terminamos, você fez
tudo parecer tão errado, tempo desperdiçado, que não voltaria nunca mais para
que eu pudesse não te conhecer e escrever outras linhas na minha história,
linhas essas, que não teriam sequer espaço para caber seu nome.
A culpa era tanta, mais tanta, que eu não
sabia onde as guardava, já que cada parte do meu ser estava completamente ocupado
por todas elas e já não havia mais espaço. Queria que o tempo retroagisse e
agora agisse da forma correta, da forma em que eu não sentiria tanta raiva
desse tempo que passou, que eu sentisse orgulho de ter vivido com você. Mas não
era possível, cada segundo que passava estava ali para me mostrar que o relógio
não iria parar esperando que eu me recompusesse e ficasse pronta para a
próxima. Foi então que eu pensei: como
perdoar alguém se não consigo me perdoar?
Eu tinha raiva, cara, era muita raiva de
tudo, de ter sentido amor por você, de ter te colocado na minha vida e dedicado
os minutos, horas e segundos que passamos juntos, só para te fazer feliz. Mas
onde eu estava com a cabeça, pensando que tudo foi em vão? Nada foi e nem é em
vão, as coisas acontecem por estarem escritas para acontecerem e não há
culpados ou motivos de odiar o passado se quando ele foi presente te fez tão
bem.
- Eu precisava te ver para lhe dizer tudo
isso. – sorri nervosa – Sei que deve ter se assustado, afinal, são 23:00 hras e
eu estou aqui, de pijama na porta da sua casa te dizendo um monte de coisas que
eu descobri. Contando para você que as minhas descobertas, podem de alguma
forma, fazer com que você consiga também eliminar todos os fantasmas do
passado. Eu me lembro bem, você tinha muitos.
Ele me olhava curioso, abaixou o olhar,
pegou minha mãos e depositou ali, um beijo.
- Sabia que uma garota tão fantástica
como você, não poderia em hipótese alguma, não saber lidar com as coisas
difíceis da vida. Eu estou orgulhoso de você e feliz por saber que você não
guarda de mim um sentimento ruim e muito menos, tem nojo da nossa história.
Sorrimos sem graça. Ele tinha razão, era
bom poder olhar para aquele rosto e não sentir como se ele fosse o pior erro da
minha vida. Era bom lembrar e ser grata por tantas e tantas vezes, no ombro
dele, ter chorado e ter sido confortada.
- Sem rancor? – questionou estendendo sua
mão para mim.
- Sem rancor. – afirmei.
- Sem lembranças ruins? – minha vez de
perguntar.
- Completamente. – respondeu.
- Sei que não fomos o melhor um para o
outro, mas também fico contente que tenhamos perdoado nossos erros. – completou
e mexeu no cabelo.
O silêncio se fez presente.
- Se perdoou? – perguntamos juntos um
para o outro.
“A sincronia aqui talvez não tenha sido
perdida ainda.” – pensei.
- Me perdoei. – afirmamos ao mesmo tempo
e sorrimos aliviados.
Às vezes o que você precisa, é
simplesmente não procurar culpados. Olhe para si, e descubra se o que te prende
é não conseguir entender o erro do outro, ou então, nunca ter conseguido
entender e aceitar seus próprios erros. O perdão parte de alguém para alguém,
mas não se torna menos valioso quando é um presente seu para você mesmo.
Deixo um
questionamento: você já se perdoou alguma vez?
Deixem seus comentários.
Fiquem com Deus e até mais!

Lindo texto! Já passei por uma situação parecida, e ainda bem, consegui meu auto perdão. Mas demorou, e, até lá, a sensação de amargura não passava de jeito nenhum. É bom viver muito mais leve assim :) Foi um prazer enorme conhecer seu blog. Beijos!
ResponderExcluirBlog Vintee5 | Canal Vintee5
Oi Lu!
ExcluirRealmente o auto perdão é algo demorado. Primeiramente porque temos que descobrir o que há de errado e convenhamos: é muito mais simples perceber o que faz mal pro outro do que notar o que está nos fazendo mal. É preciso ter um olhar crítico para o nosso interior e tentar achar onde está o "erro". Depois que isso é feito,fica fácil né?
Foi um prazer ter você aqui. Venha mais vezes.
Beijos!
Muito bom, o perdão é algo inexplicável de tão bom,
ResponderExcluirainda mais o auto perdão, nos faz muito bem!
beeijos
http://www.feminicescorderosa.com/
Oi Brenda!
ExcluirDe fato é um sentimento maravilhoso. Espero que cada vez mais pessoas, consigam fazer esse agrado para si mesmo.
Obrigada pela visita.
Beijos!